Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 7 (supl 2)(2) - Outubro 2006

Teses e Dissertaçoes

Agravos provocados por medicamentos em crianças até 12 anos de idade, no estado do Rio de Janeiro, entre os anos 2000 e 2001

 

Raideline Lopes Negreiros

 

RESUMO

INTRODUÇÃO: O estudo dos agravos relacionados ao uso de medicamentos tem importância social à medida em que podem apoiar as ações de redução da morbimortalidade relacionada ao uso dos medicamentos. Esses estudos podem ser realizados através da farmacoepidemiologia.
OBJETIVO: Identificar e quantificar os Agravos provocados por medicamentos (APM) ocorridos em crianças de zero até doze anos de idade, através do banco de dados da Autorização de Internação Hospitalar (AIH) no Estado do Rio de Janeiro no período de janeiro de 2000 a dezembro 2001. Metodologia: foram selecionados APM constantes na AIH, no período de estudo, e foram analisados quanto à idade, sexo e tempo de permanência das crianças nos hospitais, tipos de APM, natureza, localização e tipo de serviços prestados pelos hospitais.
RESULTADOS: foram identificados 357 APM, 1,2 por 1.000 crianças internadas. A proporção de casos nas crianças internadas, por faixa etária foi de 0,4; 1,8; 1,4 e 1,4 para crianças com menos de 1 ano, 1-4 anos, 5-8 anos e de 9-12 anos de idade respectivamente. As meninas apresentaram risco, de sofre APM, 25% maior que os meninos. Os agravos mais freqüentes foram as intoxicações 246 (68,9%) casos, seguido pelas reações adversas a medicamentos (RAM), 46 (12,9%). A mediana do número de dias de hospitalização foi 2,0. A maioria dos hospitais dispunham de emergência 79,7%.
DISCUSSÃO: a baixa incidência de APM identificado neste trabalho demonstra a pequena percepção das equipes de saúde sobre a ocorrência dos mesmos. As crianças entre 1-4 anos estão mais sujeitas a sofrer APM visto que são curiosas e estão na fase oral, tendendo a levar objetos e substâncias à boca. A alta incidência de intoxicações pode ser explicada pela imaturidade do sistema de detoxicação das crianças. O pequeno período de internação nos casos deve-se ao fato de que as intoxicações e as RAM geralmente são quadros agudos.
CONCLUSÃO: A AIH revelou se um bom instrumento para identificação dos principais tipos de APM que afetam as crianças até 12 anos de idade, porém estudos complementares de busca ativa são necessários para identificação da incidência real desses APM.

 

Orientadora:
Prof. Drª Selma Rodrigues Castilho
Mestrado em Saúde da Criança e do Adolescente - UFF