Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 16(supl 1)(3) -  2016

Dermatologia

MELANOSE PUSTULOSA TRANSITÓRIA NEONATAL - RELATO DE CASO

 

MARCUS VINICIUS DA CRUZ DE MENDONÇA (HOSPITAL REGIONAL DE MATO GROSSO DO SUL); ADRIANA PRAZERES DA SILVA (HOSPITAL REGIONAL DE MATO GROSSO DO SUL)

 

P-041

INTRODUÇÃO: A Melanose Pustulosa Transitória Neonatal (MPTN) foi descrita pela primeira vez em 1976 por Ramamurthy. É uma doença benigna e autolimitada, caracterizada por lesões vésico-pustulosas que se rompem facilmente formando um colarete de escamas e que evoluem para máculas hiperpigmentadas de caráter residual. Podem ser acometidas todas as áreas do corpo incluindo palmas, plantas e genitália.
DESCRIÇÃO DO CASO: Recém-nascido a termo, pré-natal sem intercorrências, sorologias de primeira fase sem alterações, parto cesárea por macrossomia fetal. Nasceu com pústulas em todo o corpo, especialmente em face. As lesões não poupavam palmas e plantas. O restante do exame físico do paciente era normal. A conduta adotada pela Dermatopediatra foi expectante com posterior acompanhamento ambulatorial. Com 7 dias de vida observou-se regressão total das lesões, restando apenas máculas hipercrômicas nos locais.
DISCUSSÃO: A Melanose Pustulosa Transitória Neonatal é uma doença benigna com curso autolimitado, sendo mais prevalente na raça negra (5% dos RN de raça negra e 0,2% dos RN de raça branca). As lesões costumam estar presentes desde o nascimento, porém há casos de evolução intrauterina que deixam máculas hiperpigmentadas ao nascimento. Acomete ambos os sexos com a mesma frequência. Os mecanismos etiológicos não estão bem esclarecidos. Dentre os principais diagnósticos diferenciais temos: candidíase, eritema tóxico neonatal, escabiose e herpes. Nenhum tratamento é necessário. As máculas podem persistir por meses, mas geralmente somem entre 3 e 4 semanas.
CONCLUSÃO: A Melanose Pustulosa Transitória Neonatal é uma doença rara e benigna, com evolução autolimitada. Pode ocorrer em cerca de 3% de todos os recém-nascidos, sendo os de raça negra mais acometidos. O diagnóstico é essencialmente clínico. A importância deste caso consiste na baixa incidência do mesmo e no conhecimento de sua evolução favorável sem nenhum tipo de tratamento.