Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 16(supl 1)(3) -  2016

Cuidados Hospitalares - Emergência

INTOXICAÇÕES AGUDAS ALCOÓLICAS E POR SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS INALADAS EM ADOLESCENTES NO SERVIÇO DE URGÊNCIA - CASUÍSTICA DE 3 ANOS

 

MARIANA MIRANDA (SERVIÇO DE PEDIATRIA DO HOSPITAL DO ESPIRITO SANTO DE ÉVORA, E.P.E. PORTUGAL); NIDIA BELO (SERVIÇO DE PEDIATRIA DO HOSPITAL DO ESPIRITO SANTO DE ÉVORA, E.P.E. PORTUGAL); PATRICIA MAIO (SERVIÇO DE PEDIATRIA DO HOSPITAL DO ESPIRITO SANTO DE ÉVORA, E.P.E. PORTUGAL); SUSANA GOMES (SERVIÇO DE PEDIATRIA DO HOSPITAL DO ESPIRITO SANTO DE ÉVORA, E.P.E. PORTUGAL); CARLA CRUZ (SERVIÇO DE PEDIATRIA DO HOSPITAL DO ESPIRITO SANTO DE ÉVORA, E.P.E. PORTUGAL)

 

P-028

INTRODUÇÃO: Intoxicações agudas acidentais ou deliberadas são uma emergência médica comum, que cada vez é mais frequente na idade pediátrica. O abuso de álcool e de substâncias psicoativas inaladas com efeitos largamente desconhecidos é um problema emergente entre adolescentes, com graves implicações na saúde.
OBJETIVOS: Caracterizar os casos de intoxicações agudas alcoólicas e por substâncias psicoativas inaladas entre adolescentes (10-18 anos), num hospital de regional de referência. Métodos: Estudo retrospectivo dos casos admitidos no serviço de internamento de curta duração, durante um período de 3 anos.
RESULTADOS: Foram incluídas um total de 44 admissões, com uma idade média de 15.8 anos e ligeira predominância do sexo masculino (52.3%). Relatamos um total de 32 casos de intoxicações alcoólicas, 11 casos de intoxicação por inalação de substâncias psicoativas e um caso de intoxicação concomitante pelos 2 agentes. Relativamente à intoxicação alcoólica, 24.2% (n=8) ocorreram em adolescentes com idades abaixo da idade legal de venda de álcool (<16 anos) e 9.4% (n=3) apresentavam historial de episódios anteriores de intoxicação. "Bringe drinking" foi responsável por 36.4% (n=12) dos casos, com 1.78 g/L de média de alcoolemia. A maioria ocorreu em contexto social (84.8%), mas foram reportados 3 casos em casa e 2 na escola. A maioria das substâncias psicoativas inaladas foram substâncias legais (83.3%), compradas em smartshops e sobre as quais ainda não existia legislação, dada a rápida criação e comercialização destas. O caso de intoxicação concomitante por álcool e canabinóides apresentou o maior nível de alcoolemia e necessidade de internamento prolongado. Sem mortalidade reportada.
CONCLUSÕES: O alto número de hospitalizações representa um sério problema a nível social, económico e de saúde, que necessita de estratégias locais e nacionais de intervenção e prevenção. A alta taxa de intoxicação com substâncias legais demonstra a alta vulnerabilidade deste grupo etário aos riscos da experimentação.