Revista de Pediatria SOPERJ

Alergia e Imunologia

FATORES DE RISCO PARA DESENVOLVIMENTO DE ALERGIA ALIMENTAR EM PACIENTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

ADERBAL SABRA (U); LUCIANA CORSINI (UNIGRANRIO); JOAO NEMER (UNIGRANRIO); ADERBAL SABRA FILHO (UNIGRANRIO); ALESSANDRA SABRA (IOWA UNIVERSITY); GEORGEANA SABRA (UNIGRANRIO); SELMA SABRA (UNIGRANRIO)

P-009

OBJETIVO: Em 100% dos pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) atendidos no nosso serviço foi feito o diagnóstico de alergia alimentar (AA). O objetivo deste trabalho é avaliar os aspectos epidemiológicos que são comuns a estas duas patologias e seus fatores de risco para o desenvolvimento do TEA e AA.
MÉTODO: Foram incluídos neste trabalho todos pacientes com diagnóstico prévio de TEA, em que se confirmou o diagnóstico de AA. O diagnóstico da AA foi feito através do Escore para o Diagnóstico de AA, publicado no Jounal of Food Allergy, do exame físico minucioso focado na identificação do acometimento multissistêmico e investigação laboratorial que identifica a mediação imune. Coletamos as informações através da revisão dos prontuários, caracterizando este estudo como transversal retrospectivo.
RESULTADOS: Foram avaliados 121 pacientes, sendo 96 do sexo masculino e 25 do feminino. Em 116 o tipo de parto foi informado e nos 5 restantes o tipo de parto era desconhecido. Apenas 10 dos 116 nasceram através de parto vaginal e o restante de parto cesáreo. A informação sobre o uso de fórmulas infantis, provenientes de leite de vaca, no primeiro dia de vida era conhecida em 118 e destes, 87 as utilizaram. Em 117 foi possível analisar a história patológica pregressa durante o aleitamento materno e 28 destes apresentaram a doença do ciclo entero-mamário (DCEM).
CONCLUSÃO: Nesta amostra a proporção sexo masculino: feminino foi de 4:1, o que está de acordo com o encontrado na literatura. Nota-se que a maioria nasceu de parto cesáreo estéril e foi exposto precocemente a fórmulas lácteas inadequadas para a faixa etária. Uma parcela significativa sofreu influência da dieta materna na DCEM, que age como via de exposição precoce aos antígenos da dieta.