Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 10(1) - Maio 2009

Teses e Dissertaçoes

Avaliação dos níveis séricos da proteína C-reativa na infecção neonatal

 

Suyen Heizer Villela

 

RESUMO
O diagnóstico precoce de infecção ainda é um desafio para os intensivistas neonatais porque as manifestações clínicas nos recém-nascidos (RNs) são inespecíficas bem como os exames laboratoriais disponíveis. Nos últimos anos a proteína C-reativa (PCR) vem sendo estudada como marcador de infecção nos Rns.
OBJETIVO - Avaliar a acurácia da PCR como teste diagnóstico de infecção neonatal.
METODOLOGIA - Estudo retrospectivo, onde foram revisados 190 prontuários de Rns internados no período de janeiro a dezembro de 2004, em uma UTI Neonatal da Rede Privada, do Município de Niterói. Estes Rns foram alocados em 4 grupos: Grupo 1 - RNs sem infecção; Grupo2 - RNs com infecção provada; Grupo 3 - com infecção presumida; Grupo 4 - Rns prematuros (<37s) com sofrimento respiratório, sem história e ou exames laboratoriais sugestivos de infecção, mas que fizeram uso de antibioticoterapia. Foram correlacionados os níveis séricos da PCR nos diferentes grupos, traçado a curva ROC (Receiver Operator Characterístic), determinado o melhor ponto de corte para o uso desta dosagem como marcador de infecção e determinado a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo. Observado os resultados dos níveis séricos da PCR no 5º e 10º dias de tratamento antimicrobiano.
RESULTADOS - A análise dos dados identificou uma especificidade de 100% e uma sensibilidade de 71,42% para diagnóstico de infecção em Rns, quando a PCR foi coletada em até 24h após o início da sintomatologia infecciosa. Foi observado uma correlação entre os valores da PCR e a evolução clínica.
CONCLUSÃO - A PCR colhida com 24h de sintomatologia apresentou excelente especificidade; O melhor ponto de corte determinado pela curva ROC considerando inicialmente somente os casos de infecção provada e, posteriormente, todos os casos de infecção (provada e presumida) foi de 10mg/l; Observando a evolução do Rn com a queda dos valores da PCR, podemos abreviar o tempo de tratamento antimicrobiano com segurança; A utilização da PCR colhida com 24h de sintomatologia associada a exames laboratoriais e, principalmente a avaliação clínica do paciente, pode auxiliar no diagnóstico de infecção neonatal.

Orientador: Adauto Dutra Moraes Barbosa
Co-orientador: Alan Araújo Vieira