Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 13 (supl 1)(2) - Dezembro 2012

Anais do X Congresso de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro

Pielonefrite xantogranulomatosa: relato de caso

 

Bulckool, D; Souza, L.S; Neto, J.M; Porto, L.C.C.; Alves, D.S.

Hospital Universitário Antônio Pedro.

 

 

RESUMO

Apresentamos um caso da escolar YALS, de 12 anos, do sexo feminino que iniciou com história de infecções do trato urinário de repetição ao longo de 1 ano, evoluindo com aumento de volume do rim esquerdo e posterior nefrectomia total à esquerda com diagnóstico de pielonefrite xantogranulomatosa. Objetivamos apresentar o caso com manifestações clínicas e achados histopatológicos. A paciente apresentou há um ano infecções urinárias de repetição com duas urinoculturas que cresceram Proteus sp e uma que cresceu Candida sp, durante este periodo foi tratada com Sulfametoxazol+ Trimetropim e Amoxicilina. Evoluiu com desconforto abdominal em baixo ventre e anemia hipocromica e microcistica progressiva. Foi internada no Hospital Universitário Antônio Pedro com a história clínica citada para maior investigação diagnóstica. A escolar encontrava-se em bom estado geral, hipocorada e com dor a palpação profunda do abdome onde era palpável uma massa que se estendia do hipocôndrio esquerdo à fossa ilíaca esquerda, sem atravessar a linha média do abdome. Realizou uma tomografia computadorizada de abdome que demonstrou aumento de volume renal esquerdo, afilamento cortical, formações nodulares hipodensas, algumas comunicantes, associado à gordura circunjacente, além de pequenas calcificaçoes no seu terço inferior. Apresentava ainda cálculo na topografia do ureter médio/distal esquerdo. O serviço de Urologia deste hospital realizou a nefrectomia total esquerda e durante a cirurgia a paciente apresentou choque séptico, evoluindo com uso de amina por 48 horas e antibioticoterapia por 14 dias. Com melhora clinica e laboratorial do quadro. A pielonefrite xantulogranulomatosa geralmente é unilateral, acometendo mais o sexo feminino e o germe mais comumente isolado é o Proteus. Também podem ser encontrada anemia hipocrômica, dor abdominal e astenia. Estas características coincidem com o caso descrito. Além disso, a presença de nefrolitíase é descrita por vários autores. O tratamento sempre é cirúrgico, realizando-se nefrectomia. Assim como no relato de caso. Salientamos a importância do diagnóstico precoce afim de evitar complicações durante o ato cirúrgico.

 

Responsável
José Montenegro de Alencar Matos Neto