Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 13 (supl 1)(2) - Dezembro 2012

Anais do X Congresso de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro

Lesão verrucosa exuberante em uma criança

 

Ana Maria Mósca de Cerqueira; Carlos Eduardo Moura Goulart; Fernanda Zeque Moutinho; Fernando Gustavo Mósca de Cerqueira; Flávia Duarte Gomes; Izabel Cristina Soligo Kanaan

Hospital Municipal Jesus.

 

 

RESUMO

INTRODUÇÃO: As verrugas são proliferações epiteliais na pele e mucosa, causadas por diversos tipos de papilomavirus humano (HPV), sendo muito frequente em crianças e adolescentes. A lesão é auto inoculável e o tempo de incubação é variável. Podem involuir espontaneamente ou aumentar em número e tamanho de acordo com o estado imunitário.
OBJETIVO: Apresentar uma lesão verrucosa exuberante, incomum no hálux com onicólise.
DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente, masculino, branco, seis anos, morador do Rio de Janeiro, referindo surgimento de lesões verrucosas exuberantes em mãos e hálux esquerdo, gerando onicólise de unha. A criança não apresentava nenhuma deficiência imunológica em exames laboratoriais, não tinha anemia e apresentava desnutrição leve. Foi tentada medicação tradicional por um mês, sem resposta. A criança foi submetida à exérese cirúrgica, porém houve pequena recidiva. Novamente foi aplicada mais intensamente a medicação com ácido lático e ácido salicílico, obtendo assim, resolução do quadro.
COMENTÁRIOS: As verrugas são auto-inoculáveis e transmitidas pelo contato direto com pessoas contaminas. São comuns nas crianças. Na literatura é descrito resolução espontânea de 65-78% dos casos, em 2 anos. A terapia das verrugas consiste na sua destruição, Na maioria das vezes o uso de medicação abrasiva, ceratolítica faz parte do tratamento. As lesões exuberantes são resistentes de difícil resolução, principalmente quando há invasão subungueal com distrofia da lâmina, sendo uma boa opção a abordagem cirúrgica.
CONCLUSÃO: As lesões verrucosas podem se tornar um verdadeiro transtorno para um paciente, e seu tratamento constitui um desafio. Deve-se avaliar o local, tamanho e número das lesões, além do perfil imunológico do paciente. Dentre as opções terapêuticas encontram-se ceratolíticos, criocirurgia, cauterização elétrica e química, imunoterapia, laser e sulfato de zinco oral. A opção terapêutica deve levar em consideração, também, a resposta à terapêutica inicial, custos, eficácia e efeitos colaterais. O diagnóstico precoce e tratamento eficaz diminuem os riscos.

 

Responsável
Fernanda Zeque Moutinho